Seu Pedro é um pessoa muito alegre e falante. E mesmo com todas as limitações provocadas pela doença, ele manifestou a vontade de aprender a ler e escrever o próprio nome.
Pedro Lopes Lima, de 79 anos, iniciou o tratamento do câncer de pele em 2023, no Hospital Regional Público de Castanhal (HRPC). Um homem simples, natural de Peixe Boi, mas morador de Castanhal. A persistência da equipe assistencial do HRPC fez com que o paciente não abandonasse o tratamento e ainda aprendesse a escrever o próprio nome.
A supervisora de oncologia, enfermeira Samara Carvalho, conta que no mês de março desde ano a equipe percebeu a ausência do paciente e foi montada uma estratégia para que ele retornasse ao hospital.
“Percebemos uma dificuldade na comunicação porque nem ele e nem a esposa atendiam o celular ou viam as mensagens. Então montamos um estratégia para resgatar seu Pedro. O serviço social entrou em contato com o CRAS do bairro onde ele mora e uma pessoa ia até a casa dele para avisar do dia da consulta”, contou.
Seu Pedro é um pessoa muito alegre e falante. E mesmo com todas as limitações provocadas pela doença, ele manifestou a vontade de aprender a ler e escrever o próprio nome.
“Ele contou que tinha começado a estudar a noite, mas que teve um problema lá na escola e as aulas do EJA (Educação para Jovens e Adultos) foram encerradas e ele não aprendeu a escrever o nome. Então decidimos que nos dias que ele vem para as sessões de quimioterapia vai realizar esse sonho”, contou Samara.
A enfermeira Mayra Leitão é a “professora”, a enfermeira Samara é a “diretora da escola”, segundo o seu Pedro. E dessa forma com muito amor, carinho e cuidado o tratamento do paciente é realizado, assim como o sonho do pedreiro de 79 que nunca havia tido a oportunidade de aprender a escrever.
Sua letra ainda é de como uma criança que está aprendendo, mas o nome Pedro Alves de Lima ele já consegue escrever.
“As pessoas pensam que o idoso não tem tantos direitos. Eu tentei estudar, mas não deu certo, mas aqui na escola da diretora Samara eu estou aprendendo. Gosto muito de vir para o hospital. Todos aqui são
muito pacientes comigo”, disse seu Pedro. Dever de casa A cada consulta e sessões de quimioterapia o seu Pedro passa pelas “aulas” na sala da enfermeira Mayra e já sai com o dever de casa que será corrigido no retorno do paciente.
“Passamos a desconfiar que ele estava tento uma ajudinha de alguém (risos), pois a letra estava um pouco diferente. Esse trabalho que fazemos com ele é muito gratificante e percebemos que ele se sente melhor e tem prazer em voltar para o tratamento que é tão importante”, disse a enfermeira Mayra Leitão.